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Dízimos e Contribuições

 

Um dos temas cristãos mais polêmicos atualmente, isso se deu por conta de diversas atitudes
de alguns lideres cristãos nas últimas décadas. O dizimo vale para os dias de hoje?
Por que devemos contribuir financeiramente?

 

Infelizmente, algo que era para ser simples, se tornou complexo, algo que era para ser prazeroso, acompanhado de alegria e gratidão, agora traz repulsa, vergonha e suspeita. Estamos falando do dízimo, que significa “um décimo”. Era a forma de contribuição utilizada no Antigo Testamento para sustento da obra religiosa daquela época. Sua primeira menção foi quando Abraão deu o dizimo ao sacerdote-rei Melquisedeque, em gratidão por uma vitória (Gn 14:18-20). Isso foi oficializado na lei mosaica, no qual os israelitas tinham a ordem para dar o dizimo aos levitas (Nm 18:21) e os levitas por sua vez deveriam dar um décimo do dizimo aos sacerdotes (Nm 18:25-28), estes eram os responsáveis pelos serviços religiosos da época e o dizimo era a sua forma de sustento. O dizimo era tirado de coisas como cereais, frutas e animais (Lv 27:30-32). Não existe um mandamento especifico para dar o dizimo no Novo Testamento, apesar de Jesus citá-lo quando confrontou a hipocrisia dos fariseus (Mt 23:23). Por que, então, devemos contribuir?


A possibilidade de contribuir é algo maravilhoso, é benção para quem contribui, mas hoje em dia, este é um assunto muito banalizado e mal compreendido. Sabemos que, como em qualquer outro segmento que envolve dinheiro, pode-se haver mau uso de recursos e exploração de pessoas humildes. Com certeza os responsáveis serão disciplinados por Deus, mais cedo ou mais tarde e receberão a sua recompensa um dia. A bíblia é repleta de princípios, o que não seria diferente com a questão do dizimo. Primeiramente, precisamos entender que Deus não precisa do nosso dinheiro (Ag 2:8), e que a contribuição precisa ser dada com amor (1 Cor 13). O que está por trás do dizimo é o princípio da manutenção da obra religiosa e a gratidão. No Antigo Testamento o dizimo servia para sustentar os levitas e sacerdotes que se dedicavam aos serviços religiosos. No Novo Testamento, após o estabelecimento da igreja de Cristo, esse princípio continuou. Em Atos 2 não há registros de cristãos dando dízimos para os apóstolos, no entanto, eles contribuíam com quantias consideráveis, vendiam suas propriedades e com o valor obtido, ofertavam para que fosse compartilhado com os crentes mais pobres e necessitados. Como naquele momento os cristãos não tinham uma igreja física para as reuniões, estes encontros eram feitos nas casas, por isso toda arrecadação servia para a obra social e sustento daqueles que anunciavam o evangelho em outros lugares (Rm 15.27; 1Co 9; 1Co 16; 2Co 8.1-24; 2Co 9.1-15; Fp 4). Quais seriam então, os parâmetros bíblicos para a contribuição financeira? A bíblia nos dá algumas dicas: 


- O cristão deve doar segundo a sua renda (1Co 16:2). Doar segundo o que tem e não do que não tem (2Co 8:12). Portanto, dentro do que possuo;

 

- Doar de forma metódica. Provérbios 3:9-10, nos ensina que precisa ser a primeira parte dos ganhos. Por quê? Porque se você deixar para depois, possivelmente você gastará. Você recebe o salário e, em vez de você ofertar para as coisas de Deus, você gasta. Você vai entregar para Deus depois o quê? A sobra. Isso mostra qualidade também. O texto de 1Co 16:2 nos mostra que os primeiros cristãos contribuíam quando se reuniam como igreja. Portanto, contribuição com método, qualidade, meu primeiro gasto e num encontro com outros cristãos em culto;

 

- Doar com alegria, com amor e de forma voluntária (Gn 14.18-20; Gn 28.20-22; 1Cr 29:3-9; 1Co 13; 2Co 9:7);


- Doando sabendo que aquele que semeia pouco, também colherá pouco (2Co 9:6);

 

- Aquele que não contribui, pode ser um forte candidato a idolatra, amando mais o dinheiro do que a Deus (Lc 16:13) ou avarento que também é uma forma de idolatria (Mt 6:24; Lc 12:13-14; Cl 3:5; Ef 5:5) e fatalmente, esse tipo de pessoa, não herdará o Reino dos Céus (1 Co 6:10). 

 

Percebam que uma pessoa não vai para o inferno por não dizimar, mas se amar mais o dinheiro do que a Deus, o que é avareza e idolatria. Lembrando que você doa segundo o que tem e não do que não tem. Agora, se você não possui nenhum recurso financeiro, contribua com seus talentos. Faça as coisas para Deus com amor e voluntariedade, com desejo de que aquela obra seja feita com excelência. Lembre-se sempre do principio por trás da oferta: A manutenção da obra de Deus na terra e um coração grato a Deus. E isso não envolve somente dinheiro. Deus nos dá posses para que possamos abençoar seu reino e ao próximo (1 Cr 29: 3-5; Ml 3:10; 1 Co 8:14; 9:11). Há uma promessa de prosperidade em todos os sentidos para quem contribui para a manutenção da obra terrena do Reino de Deus (religiosa ou social), (Pv 3:10; Ml 3:10; 2Co 9:10,11; Fl 4:19). Lembrando que prosperidade não é somente dinheiro e que ofertar não é uma barganha ou fundo de investimento celestial. Deus ama ao que dá com alegria e de forma voluntária.


Geralmente quem condena a doação de dízimos, não é quem deseja contribuir com um valor maior, mas quem não quer contribuir com nada. Alguns alegam que estamos na nova aliança e o dizimo não vale como contribuição, então estes deveriam seguir os exemplos do Novo Testamento, dando muito além dos 10%, às vezes, até tudo o que tem, como fez a viúva pobre (Lc 21) e os primeiros cristãos (At 4:34). No Novo Testamento, a partir do surgimento da igreja primitiva, não vemos uma ordenança explícita de doação dos 10%, mas a essência da contribuição para a manutenção da obra de Deus, está evidenciada em diversas passagens bíblicas. Os cristãos usam o dizimo (10%) hoje como modelo de contribuição, para que as pessoas tenham um parâmetro de doação e seja justa essa doação com relação a todos (2 Co 8:13,14). Devemos sustentar a obra de Deus, que é uma ordenança bíblica, não por pena ou obrigação, mas com alegria e com desejo no crescimento do evangelho neste mundo. Quando uma pessoa acredita numa causa ela investe nesta causa. Assim também quem crê no evangelho e na missão da igreja, investe no reino de Deus. Devemos nos lembrar que a falta de contribuição é sinal de ingratidão (gratidão: lembrem-se dos exemplos de Davi e Abraão já citados nas referências) e de possível avareza que é, considerada biblicamente, idolatria. 

 

Portanto, os pecados evidenciados pela não contribuição podem ser: a idolatria, avareza, ingratidão, falta de amor a Deus, a sua obra e ao próximo. Quando alguém diz que ama a Deus e que deseja servi-lo, isso se mostrará também em sua contribuição. Amar só de palavras é fácil, mas colocar os talentos, os recursos e a vida a disposição de Deus é mais difícil.

 

Michel Carvalho - com informações de SAYÃO, Luiz; MASTRAL, Daniel.


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O que o gafanhoto, o demônio cortador, migrador e destruidor tem a ver com o dízimo?

Um monstro vai atacar minha vida se eu não dizimar?