SUICÍDIO DE PASTORES

Antes se morria PELO cristianismo, agora se morre DE cristianismo. Em poucos meses no ano de 2018, três pastores se suicidaram no Brasil, fora os casos que não tiveram notoriedade midiática. Em 2019, um caso que chocou foi a morte do pastor Jarrid Wilson, pastor de uma mega igreja na Califórnia e líder de um movimento de apoio às vítimas da depressão, cometeu suicídio aos 30 anos. Em alguns casos, ainda se procuram os reais motivos, mas sempre são identificados possíveis doenças emocionais, tais como, depressão, ansiedades e síndromes.

A pressão sobre os lideres é algo muito violento hoje em dia. Existe a COBRANÇA EXTERNA, onde as pessoas veem os lideres das igrejas como mercenários da fé, com suas opiniões preconceituosas, baseiam-se em casos peculiares, generalizando, sem saber que a maioria absoluta dos lideres eclesiásticos, quando são remunerados, recebem bem menos do que merecem pelo trabalho exercido, pois não ha carga horária especifica, estão sempre em prontidão para quando as "ovelhas" necessitarem. Dividem seu tempo com a família, igreja e com sua profissão, que se faz necessária para completar a renda. São poucos os que têm estabilidade financeira. A grande maioria cumpre sua missão com poucos recursos financeiros.

Existe também a COBRANÇA INTERNA da igreja, onde o trabalho do líder nunca é satisfatório, forçando-o a encarar rebeldias, comparações, reclamações constantes, a ingratidão de pessoas, que tem se tornado cada vez mais notória dentro das igrejas e desgastantes processos disciplinares. E por fim, a própria COBRANÇA PESSOAL, o sucesso ministerial sendo comparado a outros ministérios. A maioria absoluta desses lideres não possuem as chamadas "válvulas de escape". Não se divertem, não praticam esportes, não compartilham de amizades profundas, nunca tem tempo para si, quando se aproximam da bíblia é somente para preparar sermões e estudos. Estatísticas mostram muitos lideres abandonando o pastorado por conta de decepção e de pressão, alguns antes mesmo de terminar o seminário, já desistem do chamado pastoral.

Toda essa mistura mesclada a religiosidade, que é um dos grandes males dentro do cristianismo hoje, acabam trazendo as chamadas doenças da alma que podem culminar desde doenças, até o suicídio. Teólogos tentam explicar com a suas teologias os motivos de tal crise, ignorando que somos cidadãos do céu, porém vivemos nessa morada terrena e o cérebro como qualquer outro órgão, dá sinais de desgaste e precisa de manutenção.

Líder, tenha amizades sadias, não tire ferias apenas uma vez por ano, mas tenha uma rotina de descanso semanal, pratique atividades físicas, visite um medico regularmente, cuide de sua saúde. Não se preocupe com números, o reino de Deus não é uma disputa, nem sempre números serão um sinal de sucesso ou aprovação divina. Não fomos chamados para se preocupar com a Obra de Deus, mas para nos OCUPAR INTELIGENTEMENTE com ela. Liberte-se, faça o melhor, se não conseguir faça o melhor que você pode.

Michel CM